O segredo para não tornar o sonho do seu financiamento um pesadelo

A principal modalidade usada pelos brasileiros na hora de adquirir um bem é o financiamento: 24x, 48x, 60x, 120x e até 360x, a quantidade de parcelas pode variar, mas uma ação é fato, quase nenhum comprador brasileiro paga à vista.

Optar por essa forma de pagamento não é um problema, os problemas aparecem quando o financiamento é efetuado sem atenção aos detalhes envolvidos.

Uma raciocínio simples: você tem um financiamento de imóvel ou automóvel, os mais comuns no Brasil?

  • Sabe qual a taxa de juros aplicada mês a mês?
  • Tem conhecimento do sistema de amortização adotado?
  • Já calculou o valor real ao final do prazo acordado?

Essas questões, muitas vezes, sequer são levadas em consideração na hora da decisão da compra. Muitas pessoas consideram apenas se a parcela mensal cabe em seu orçamento pessoal atual. E isso pode ser muito perigoso.

Segundo pesquisa do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), 19,10% dos consumidores que têm algum tipo de financiamento não estudaram os juros e taxas antes de fechar o contrato. Assim, 17% dos que tem um financiamento já tiveram o nome incluído em instituições de proteção ao crédito devido à atrasos das prestações, sendo que 7,50% ainda se encontram em estado de atraso ou dívida.

A solução que deve ser aplicada desde o começo da análise da contratação, é o planejamento.

Como planejar um empréstimo?

É preciso, acima de tudo, calcular o impacto da parcela na sua renda mensal. Após fazer uma simulação, é possível saber o valor e quais condições você poderá arcar. Avalie quais instituições financeiras oferecem as melhores condições.

Essa simulação pode ser feita com a Calculadora do Cidadão, disponibilizada pelo Banco Central do Brasil. Ela simula operações do cotidiano financeiro a partir de informações fornecidas pelo usuário. O cálculo deve ser considerado apenas como referência para as situações reais e não como valores oficiais.

Com a simulação em mãos, veja o que muda com uma entrada maior, ou o adiantamento de pagamento de tarifas que seriam diluídas ao longo das parcelas como TAC, IOF ou seguros.

Lembre-se, a pressa prejudica uma boa tomada de decisão!

Com a decisão tomada, outro ponto importante é decidir o sistema de amortização a ser utilizado: os mais comuns são o SAC, no qual as parcelas vão decaindo, o que gera um valor mais alto nas iniciais, que pode acometer até 30% da sua renda mensal, e a Tabela PRICE, onde as parcelas são fixas do início ao fim.

Considere: tenho como planejar o futuro e arcar com parcelas mais altas no início do financiamento, ou prefiro valores mais baixos?

Dar um grande grande passo e assumir uma dívida a longo prazo que demanda um montante significativo por mês é uma decisão muito importante, por isso, requer muita atenção e estudo. Converse, peça conselhos, calcule e analise todas as opções. Caso a conclusão seja de que não é o melhor momento de entrar em um financiamento não se martirize, afinal não ter dívidas é melhor do que perder muitas noites de sono.

Ficou com alguma dúvida? Deixe nos comentários!

Sobre Alessandra Ribas Secco

Sócia fundadora da Ribas Secco Escritório de Perícias
Contadora, Administradora de Empresas, com mais de 15 anos de experiência profissional na área da Perícia Contábil e Financeira, atuando como Perita e Assistente Técnica no âmbito arbitral e judicial. Mestra em Ciências Contábeis e docente do curso de Pós-Graduação em Perícia Contábil na Fecap/SP.

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