Como fazer cálculos de contratos de empréstimos/financiamentos bancários para a sua empresa?

Em momentos diferentes da vida empresarial, o empreendedor pode precisar de um empréstimo ou financiamentos para dar início a um projeto, alavancar seu fluxo mensal ou fazer investimentos no desenvolvimento do negócio. Independente do motivo de se recorrer a uma instituição financeira, um dos pontos mais importantes nesse processo é a escolha de qual tipo de empréstimos irá solicitar.

Com base nas várias opções disponíveis, um dos principais motivos de definição se faz pelo entendimento da evolução do empréstimo: o quanto vai endividar a empresa e por quanto tempo. Cada modalidade prevê taxas de juros específicos e negociáveis para a necessidade do empresário.

Antigamente, muitos meandros burocráticos dificultavam as operações de empréstimos, impedindo muitas vezes a liberação e quando se tinha a resposta positiva, as empresas eram obrigadas e enfrentar juros abusivos e condições que extrapolavam a saúde financeira a curto prazo.

Hoje, muito se evoluiu nesse aspecto e existem planos de empréstimos e financiamentos especiais para empresas. Mas, antes da decisão de buscar esse tipo de verba, pense muito bem se não há outra forma de conseguir o aporte necessário: adiar os planos por um  tempo para juntar mais dinheiro, captar sócios ou parceiros ou até recorrer a amigos ou família que possam ajudar.

Solicitar os valores a uma instituição financeira só é válido caso você julgue que sua empresa seja rentável em pouco tempo, a ponto de arcar, sem dificuldades, com as parcelas acertadas para quitação.

Uma maneira de ajudar nas contas é sempre calcular o valor das parcelas em até 25% do lucro líquido pretendido. O primeiro ano é fundamental após o empréstimo, saber a estimativa de percentual de ganho vai fazer a diferença para o negócio.

Sabendo desses detalhes, e com a decisão de solicitar um empréstimo já tomada, vamos conhecer os principais tipos de cessão e como entender seus contratos:

  1. Cheque Especial: modalidade de crédito pré-aprovado que é acionado assim que a conta estiver zerada, é possível continuar pagando contas ou comprando insumos. Este é um dos empréstimos com maior taxa ao mês, mais de 13%. Esse valor é tão alto devido a poucas garantias do banco em receber o valor devido.
  2. Empréstimo Pessoal: com essa cessão, o requerente pode usar o valor onde bem entender, por isso é possível destinar para dentro da empresa. Tem mais facilidades de pagamento com débito automático, boleto bancário ou cheque, mas as taxas também são altas, atingindo quase 7% ao mês.
  3. Empréstimo para Capital de Giro: exclusivo para pessoas jurídicas, esse valor tem o intuito de ajudar nas contas ordinárias mensais, aliviando o peso dos débitos em cada período e permitindo uma reestruturação financeira. Dependendo das condições negociadas com o banco, as taxas mensais variam de 1,5% a 3,5%.
  4. Cartão BNDES: tem o funcionamento igual a um cartão de crédito, com um valor pré-aprovado de até R$ 2 milhões com pagamento de prestações fixas em até 48 meses. Vários bancos podem emitir este cartão: Banco do Brasil, Bradesco, Banco do Nordeste, Caixa Econômica Federal, Itaú, Santander, entres os principais. São as melhores taxas do mercado, não chegando a 2% ao mês e são super indicados para micros, pequenas e médias empresas.

Qualquer condição bancária é passível de negociação com uma relação mais aprofundada entre a instituição e a empresa, por isso não é recomendado atrasar parcelas ou fazer empréstimos sem a certeza de poder pagar

Fique atento ao tipo de juros cobrados que o banco irá aplicar: os juros simples são os mais benéficos ao empresário. Em um empréstimo de R$ 10 mil com taxa de 1%, o valor dos juros é de R$ 100,00; caso a operação seja a juros composto, o cálculo muda, sendo cobrado juros em cima de juros, o 1% é calculado em cima do montante devido após o acréscimo dos juros do mês anterior, ou seja, essa é a modalidade mais lucrativa para os bancos.

Sobre Alessandra Ribas Secco

Sócia fundadora da Ribas Secco Escritório de Perícias
Contadora, Administradora de Empresas, com mais de 15 anos de experiência profissional na área da Perícia Contábil e Financeira, atuando como Perita e Assistente Técnica no âmbito arbitral e judicial. Mestra em Ciências Contábeis e docente do curso de Pós-Graduação em Perícia Contábil na Fecap/SP.

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