Para alguns são coisas completamente diferentes, para outros são processos ou trabalhos relativamente parecidos. Em comum, existe a necessidade de se explorar as mais diversas informações da empresa que possam impactar no futuro e no andamento dos negócios, em especial os resultados econômico-financeiros. Vamos tratar resumidamente de algumas características de cada um e destacar uma diferença importante.
Podemos dizer que hoje em dia é relativamente comum se falar na realização de um Valuation para transações de compra, venda e fusões de empresas, e que este é um trabalho cujo interesse vem aumentando, seja motivado pelo volume de transações de compra e venda de empresas, seja também pela utilização deste trabalho de forma estratégica pelas empresas (o que inclui a ideia de servir como balizador para definição da remuneração variável de executivos).
De modo geral e simplificado, um Valuation reúne informações contábeis, econômicas, financeiras e tributárias com o propósito de encontrar um valor justo, seja da empresa, de um projeto ou negócio em estudo, ou mesmo o valor de uma determinada participação. Para isso, há algumas técnicas e métodos.
Uma das mais conhecidas é o Fluxo de Caixa Descontado (Discount Cash Flow em inglês, com a sigla DCF), que engloba a projeção futura de receitas, despesas e investimentos, além do cálculo do custo de capital próprio, muitas vezes utilizando-se o método do CAPM (Capital Asset Price Model) e do custo médio ponderado de capital (Weight Average Cost of Capital em inglês, com a sigla WACC) e, também, de uma projeção de uma cenário econômico para permitir trazer a valor presente os fluxos futuros e resultados projetados.
Existem ainda as análises relativas (também conhecida como modelo de avaliação por múltiplos), que segundo destaca Aswath Damodararn em sua obra Avaliação de Empresas (2005, p11), objetiva estimar o valor de um ativo enfocando a precificação de ativos comparáveis relativamente a uma variável comum, como lucros, fluxo de caixa, valor contábil ou vendas. Em outras palavras é buscar empresas semelhantes e calcular índices relativos, aplicando-os na empresa em análise para se obter a valoração.
Por outro lado, Due Diligence é um tipo de trabalho ou processo mais amplo e importante, que analisa as informações da empresa a fim de eliminar e reduzir riscos em operações financeiras, utilizado principalmente em fusões e aquisições de empresas.
Tal processo envolve a investigação em todos os aspectos relevantes do passado, do presente e do futuro da empresa, e objetiva analisar documentos, dados contábeis e financeiros, incluindo toda parte legal, fiscal e tributária.
O resultado de um bom trabalho de Due Diligence traz mais clareza, tanto para investidores como para sócios ou acionistas, da situação do negócio, se é sustentável e se todas as questões legais estão em ordem.
A principal diferença de um processo de Valuation para uma Due Diligence, é que este último não objetiva dar valor a empresa. O seu desenvolvimento é outro diferencial, porque necessita-se de uma equipe multidisciplinar com conhecimentos em diversas áreas, tais como: controladoria, contabilidade, finanças, recursos humanos, tributos, administração geral e avaliação econômica, entre outras, a depender do ramo de atuação da empresa e características do negócio.
O processo de Due Diligence embora busque sempre o maior número de informações possíveis, não elimina todos os riscos, mas a realização de um bom processo certamente reduz a chance de surpresas desagradáveis.
E conforme já destacado, mesmo que o processo de Due Diligence não objetive a definição de um valor para o negócio, a realização contribui de forma eficaz para o próprio processo/trabalho de refinamento e/ou ajustes do Valuation, além de permitir e contribuir na identificação de fatores importantes para melhorar o gerenciamento da organização como um todo.
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