Um trabalho de avaliação de empresas pode apresentar diferentes níveis de complexidade a depender do objetivo da avaliação.
De qualquer forma, independente do objetivo, existem etapas que requerem a atenção do especialista e destaco neste texto 10 passos para a realização de um bom trabalho de avaliação de empresas, a considerar que o tipo de avaliação seja o Fluxo de Caixa Descontado:
1- Estimar e projetar as Receitas
Qualquer trabalho de avaliação precisa contar com uma boa estimativa de receitas da empresa para os anos de projeção, sendo muito comum a adoção de projeções baseadas em históricos de realização.
Quanto mais o especialista se aprofundar, mais precisará ter uma base sólida para tal projeção, muitas vezes detalhando questões operacionais da empresa que à medida que ocorrem são transformadas em receitas (entradas de caixa) ao invés de apenas se basear em dados históricos.
2- Estimar e projetar as Despesas (OPEX)
Da mesma forma que as receitas, as despesas que representam saídas de caixa também precisam ser projetadas e necessitam estar alinhadas com as receitas que foram projetadas.
Muitas vezes, a fonte destas informações para o próximo ano está estampada no orçamento empresarial e destacados como ‘opex’ (sigla que representa o próprio orçamento de despesas e vem do inglês Operational Expenditure).
3- Estimar e projetar os Investimentos (CAPEX)
Há também que se estimar as saídas de caixa com todos os investimentos necessários e previstos para o período de análise, permitindo que as receitas estimadas possam se realizar.
Há empresas que são intensivas em capital e requerem muitos e constantes investimentos, sendo que a fonte de informações para o próximo ano, também podem estar destacadas no orçamento empresarial sobre a sigla ‘capex’ (sigla que representa o próprio orçamento de investimento e vem do inglês Capital Expenditure).
4- Estimar e projetar o custo de capital próprio
Um dos principais conceitos financeiros e econômicos considera sempre o valor do dinheiro no tempo. Neste sentido, considerando que as entradas e saídas estimadas conforme os itens anteriores ocorrerão em períodos futuros, é preciso estimar uma taxa de desconto para avaliar tudo no momento presente.
Considerando que as empresas possuem recursos próprios investidos no negócio (capital próprio), é preciso se estimar o custo de capital próprio, e muitas vezes o método mais utilizado é do CAPM (Capital Asset Price Model).
5- Estimar e projetar o custo de capital de terceiros
Toda empresa possui ainda recursos que transitam por ela, mas que são recursos de terceiros, tais como empréstimos, financiamentos e outros.
Tais fontes de recursos são onerosas e requerem o pagamento de juros e em conjunto com o capital próprio, mantém a empresa funcionando. É preciso então, da mesma forma que destacado no item anterior, se estimar o custo de capital de terceiros para permitir os cálculos de valor presente.
6- Estimar e projetar o custo médio ponderado de capital
A estimativa do custo médio ponderado de capital também conhecido pela sigla CPMC e no inglês como WACC (Weighted Average Cost of Capital) é baseada na proporção do uso do capital próprio e de terceiros, aplicando-se aí os respectivos custos apurados nos itens anteriores.
Alguns especialistas consideram um único cálculo ao longo do período e outros fazem projeções a cada período considerando a mudança da estrutura de capital da empresa (proporção de capital próprio e capital de terceiros) como também a variação do custo de cada fonte.
7- Estimar e projetar um cenário macroeconômico futuro
Se uma análise é realizada considerando moeda real, ou seja, moeda considerando a inflação o que em muitos casos pode refinar o resultado da análise, será preciso considerar um cenário macroeconômico futuro.
Considere que várias despesas e contratos possuem índices de reajustes diferentes e a própria receita também pode variar a depender de taxas, índices ou outras projeções. Por isso, estes itens precisam ser estimados para o período da análise considerando os dados do cenário macroeconômico estabelecido.
8- Estimar e projetar a perpetuidade (em alguns casos)
É muito comum que as análises sejam realizadas para um período de 5 anos, afinal há um certo grau de dificuldade em estimar um cenário de atuação da empresa após este período, coisa que apenas em alguns segmentos podem ser realizados com alguma convicção.
Uma técnica muito utilizada é se calcular a perpetuidade após 5 anos de projeção do fluxo de caixa, mas que pode ainda apresentar crescimento. Por isso é importante analisar se o melhor é não utilizar a perpetuidade ou perpetuidade, com ou sem crescimento.
9- Estimar e projetar a necessidade de capital de giro
A estimativa da necessidade de capital de giro precisa ser considerada porque as projeções precisam se comportar como se de fato aquele cenário empresarial estivesse ocorrendo.
Em situações em que há necessidade de capital de giro, será preciso se estimar captações de recursos por meio de empréstimos ou financiamentos, onerando a empresa, talvez alterando significativamente a estrutura de capital e até mesmo o custo médio ponderado de capital e os resultados como um todo.
Além do mais, o capital de giro precisa ser calculado e evidenciado a parte, para que o resultado da avaliação seja o mais adequado.
10- Estimar e projetar os prazos médios de pagamento e recebimento
É importante considerar ainda os prazos médios de pagamento e recebimento, pois eles afetam diretamente o fluxo de caixa da empresa e, a depender de cada empresa, tais prazos poderão fazer muita diferença na análise.
Portanto, não deixe de conhecê-lo na hora de montar o fluxo de caixa considerando as receitas, as despesas e os investimentos.
Em linhas gerais e de forma simplificada, são essas 10 dicas que deixo aqui para você que se interessa pelo assunto ou apenas queira ter uma visão mais técnica do assunto.
Se quiser saber mais, entre em contato conosco.
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